Presa, ex-prefeita de Ribeirão Preto completa 4 dias na UPA a espera de vaga em hospital público

Dárcy Vera tem quadro de infecção renal grave, mas convênio recusou exames em clínica particular. Após defesa pedir prisão domiciliar, Justiça determinou avaliação médica da SAP.

Presa e com quadro severo de infecção renal, a ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP) Dárcy Vera (sem partido) completa quatro dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) a espera de uma vaga para internação no hospital regional de Taubaté (SP).

A assessoria da Prefeitura informou na tarde desta segunda-feira (10) que o estado de saúde de Dárcy é estável e não há previsão para transferência. A ex-chefe do Executivo chegou a sentir náuseas no domingo (9) em decorrência do problema de saúde.

Dárcy foi condenada a 18 anos e nove meses de prisão por agir em um esquema que desviou R$ 45 milhões dos cofres públicos. Outros cinco foram sentenciados na mesma ação. A ex-prefeita está na Penitenciária de Tremembé (SP) há um ano e quatro meses.

Antes da sentença, Dárcy havia escrito uma carta à defesa, pedindo tratamento hospitalar para controlar uma grave infecção de urina. Nos bilhetes, ela cita que o quadro é semelhante ao que enfrentou em 2013, quando ficou na Unidade Terapia Intensiva (UTI) por 11 dias.

A Justiça determinou então que a ex-prefeita seja submetida a avaliação de um médico da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O laudo vai apontar a gravidade da doença que, segundo a defesa, é persistente aos medicamentos ministrados na penitenciária.

Na quinta-feira (6), a ex-prefeita deixou o presídio para ser examinada por uma nefrologista. Ela seguiu escoltada pela polícia até uma clínica particular, mas o convênio recusou a internação e Dárcy foi levada à UPA, onde segue acompanhada desde então.

Condenação

Dárcy foi presa pela primeira vez em dezembro de 2016, na segunda fase da Operação Sevandija, que identificou fraudes em licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura, além de pagamento indevido de honorários advocatícios e esquema de corrupção envolvendo nove ex-vereadores.

Nove dias após ser presa, a ex-prefeita obteve a liberdade provisória em caráter liminar, concedida pelo ministro do STJ Sebastião Reis Júnior. Em maio de 2017, o mesmo tribunal revogou a decisão. Por quatro votos a um, os ministros da 6ª Turma decidiram restabelecer a prisão preventiva.

Segundo investigação da Sevandija, Dárcy recebeu R$ 7 milhões para facilitar o pagamento indevido de honorários à ex-advogada do Sindicato dos Servidores Municipais Maria Zuely Librandi, que atuou em uma causa movida pelo Sindicato contra a Prefeitura, conhecida como “Acordo dos 28%”.

A ex-prefeita foi denunciada pela Procuradoria-Geral de Justiça. Segundo o procurador-geral Gianpaolo Smanio, os desvios em Ribeirão formam um dos maiores escândalos de corrupção em prefeituras já investigados pelo Ministério Público paulista.

Na setença publicada na última quarta-feira (5), o juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira condenou Dárcy a 18 anos e nove meses de prisão em regime fechado, e determinou que a ex-prefeita fique presa até julgamento em segunda instância.

Dois imóveis dela em Ribeirão também foram bloqueados para ressarcimento dos danos aos cofres públicos. A ex-prefeita também não poderá concorrer a cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, pelo prazo de cinco anos.

Fonte: G1

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