Carro que polícia diz ter sido roubado por mestre de Jiu-Jitsu não foi apresentado como recuperado
Foi sepultado na tarde desta segunda-feira (3), no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador, o mestre de Jiu-Jitsu, Irailson Gama Costa, conhecido como Sinho Bahiano. Ele foi encontrado morto na noite do último domingo (2), na região da Baixa do Fiscal e estava desaparecido há cinco dias.
O corpo foi reconhecido pela esposa do atleta, a também mestre de jiu-jitsu Marta Helena Villas Boas, que afirmou ter o encontrado no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), com um “afundamento no crânio” depois de buscas nos maiores hospitais de Salvador.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Sinho Bahiano foi morto após reagir a uma abordagem de policiais da Rondesp/BTS, no dia 28 de dezembro, na altura da avenida Terminal da França, no bairro do Comércio. De acordo com o órgão, o atleta estava na companhia de outro homem em um carro com restrição de roubo e foi atingido durante o confronto com os militares, que apreenderam dois revólveres calibre 38 apreendidos na ação, juntamente com o veículo.
No entanto, conforme informações apresentadas pela SSP-BA, através do boletim diário, em seu site oficial, o veículo Hyundai, modelo HB20, cor prata, placa OLB 3146, que consta como roubado no dia 27 de novembro, no Aquidabã, ainda não foi apresentado como recuperado.
Procurada, a SSP-BA informou que o lançamento na ferramenta, que ‘não serve como estatística exata’, é realizado conforme informações passadas pelas delegacias, o que não foi feito no caso citado. No entanto, revela que o veículo foi devolvido ao dono no dia 30 de novembro, após perícia.
Viúva contesta a SSP-BA
A viúva acredita que o marido foi espancado. Em entrevista ao jornal Correio, durante o sepultamento, Marta afirmou que o corpo de Sinho não tinha perfurações de tiros. Ainda de acordo com a mestre, ela não conhece o homem que disseram estar com o atleta e também foi morto em confronto com os policiais.
Conforme a nota do órgão, Sinho foi encaminhado ao Hospital Geral Ernesto Simões após ter sido atingido na troca de tiros. A versão também é contestada pela viúva, que afirma não ter registro de entrada do marido na unidade de saúde. Segundo ela, nenhum hospital tinha registro dele e só soube da morte ao ir ao IML.
No entanto, a SSP-BA rebate ao afirmar que a dificuldade da viúva em encontrar o marido foi porque o mesmo estava sem documento no momento em que foi abordado pelos policiais e com isso, deu entrada na unidade de saúde sem identificação.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que informou que “ambos deram entrada no dia 28/11, mas não foi com o nome de batismo. Entraram como ignorados. Um deu entrada às 23h39 e outro às 23h41. Foi constatado o óbito e encaminhado para o IML”.
Fonte: Bocão News