“Reputações estão sendo assassinadas”, diz Toffoli sobre ataques a ministros do STF

No Fórum, Toffoli, além de visitar a cripta de Rui Barbosa, recebeu do presidente do TJ-BA, Gesivaldo Brito, a medalha pelos 410 anos da Corte

Em Salvador, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o inquérito aberto para investigar ameaças contra ministros da Corte é necessário para evitar “uma epidemia contra a reputação das instituições” e contra a democracia brasileira.

Esta é a primeira vez que Toffoli se pronuncia sobre o assunto desde o anúncio feito por ele, na quinta, 14, sobre a instauração das apurações para identificar de onde tem partido fake news, ataques e ofensas ao STF.

Questionado sobre como o Supremo pretende combater as notícias falsas a partir do inquérito, Toffoli disse que isso “não será mais admitido”. “A expressão fake news não é conveniente. Na verdade, é notícia fraudulenta. Notícia falsa um repórter responsável pode fazer por fonte equivocada. O que acontece no Brasil são notícias fraudulentas contra as instituições e contra as autoridades”, afirmou, durante passagem por Salvador nesta tarde para participar das comemorações pelos 410 anos do Tribunal de Justiça da Bahia, o primeiro da América Latina.

Indagado também se as fake news têm abalado a reputação do STF junto à sociedade brasileira, Toffoli foi categórico ao dizer que a Corte está “acima disso”. No entanto, ponderou que o inquérito tem caráter pedagógico. “É necessário evitar que isso se torne uma epidemia contra a reputação das instituições porque isso atenta contra a democracia brasileira”, declarou.

Ao visitar a cripta com os restos mortais de Rui Barbosa, no Fórum Ruy Barbosa, em Nazaré, o ministro fez um discurso ainda mais duro sobre os ataques ao STF. Falou em “assassinato de reputações” e que as reputações estão sendo atacadas. “Muito me emociona estar aqui nesse jubileu [de Rui Barbosa], comemorando os 410 anos do tribunal. Em um momento em que as instituições no Brasil são atacadas. Em que autoridades são assassinadas em sua reputação, de maneira dolosa, fraudulenta, de maneira a atingir os pilares do estado democrático de direito”, criticou.

Toffoli inaugurou placa em comemoração aos 410 anos do TJ-BA  (Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE)

Caixa 2

Toffoli defendeu também que a Justiça Eleitoral tem plenas condições de processar casos de caixa 2. Nesta quinta, o STF definiu que crimes eleitorais como o caixa que tenham sido cometidos em conexão com outros crimes como corrupção e lavagem de dinheiro devem ser enviados à Justiça Eleitoral.

A decisão foi encarada como uma derrota para a Operação Lava Jato, que defendeu que os casos continuassem no âmbito da Justiça comum. O coordenador da força-tarefa da Operação, Deltan Dallagnol, chegou a dizer nas redes sociais que o entendimento do Supremo começa  a fechar a janela de combate à corrupção. Ele é um dos investigados no inquérito aberto pelo STF sobre ameaças a ministros.

“A Justiça Eleitoral é a mais eficiente dos ramos da Justiça. Organiza as eleições, julga os casos rapidamente. A mesma Polícia Federal que atua junto ao magistrado federal é a mesma que a atua diante do magistrado eleitoral. O Ministério Público também está lá atuando de maneira pública e eficiente. Não há que se falar que a Justiça Eleitoral não tem estrutura. Ela é mais rápida, mais célere”, afirmou.

Visita

O presidente do Supremo cumpriu uma agenda de visitas a órgãos do Poder Judiciário. Pela manhã, foi ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e à Seção Judiciária da Justiça Federal na Bahia. À tarde, antes de ir ao Fórum, esteve no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA).

No Fórum, Toffoli, além de visitar a cripta de Rui Barbosa, recebeu do presidente do TJ-BA, Gesivaldo Brito, a medalha pelos 410 anos da Corte, além de uma estatueta do patrono da Justiça brasileira. Já o presidente do STF entregou a Gesivaldo uma edição comemorativa dos 30 anos da Constituição do Brasil.

Na quinta, participou de um jantar, oferecido pelo governador Rui Costa, em comemoração aos 410 anos do TJ-BA.

Fonte: A Tarde

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