Dólar cai e volta a fechar abaixo de R$ 4
Moeda norte-americana terminou o dia em queda de 1,21%, vendida a R$ 3,9754
O dólar emendou o segundo dia de queda nesta quinta-feira (29), e voltou a fechar abaixo dos R$ 4, pela primeira vez desde 15 de maio. Investidores seguiram monitorando o cenário político, após aprovação da reforma administrativa no Senado no dia anterior, e acompanhando a tensão na relação comercial entre Estados Unidos e China.
A moeda norte-americana terminou o dia em queda de 1,21%, vendida a R$ 3,9754.
Veja mais cotações. Na mínima do dia, chegou a R$ 3,9744, e na máxima, a R$ 4,0406. Foi a menor cotação de fechamento desde 10 de maio, quando o dólar encerrou o dia a R$ 3,9452.
Profissionais de mercado não veem motivo específico para a melhora do dólar neste pregão, mas notam que esta pode ser uma reação “atrasada”, já que os demais ativos brasileiros registram melhoras há mais tempo, também reagindo à melhora na percepção sobre o clima em Brasília.
“Esse dólar abaixo de R$ 4,00 me parece uma reação ao café da manhã do presidente Jair Bolsonaro com líderes dos outros Poderes”, diz ao Valor Fernanda Consorte, economista-chefe e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest. “Me surpreendeu um pouco o comportamento desta manhã, já que as notícias são de ontem, mas parece que os mercados estão dando o benefício da dúvida à classe política.”
Apesar do movimento, o cenário político não pode ser subestimado, ressalta Roberto Campos, sócio e gestor da Absolute Investimentos. “Estamos num momento de otimismo porque o fluxo de notícias é positivo. Mas sempre existe uma nuvem que impede de enxergar muito além na política”, diz
Disputa comercial
Jornais chineses advertiram que o país está pronto para usar sua oferta de terras raras em uma disputa comercial cada vez mais intensa com os Estados Unidos, levando os investidores a buscarem por ativos de segurança globalmente.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos usados em tudo, desde eletrônicos de alta tecnologia até equipamentos militares.
Embora a China até agora não tenha explicitamente dito que vai restringir as vendas de terras raras aos EUA, a mídia chinesa deu sinais fortes de que isso acontecerá. Em um comentário intitulado “Estados Unidos, não subestimem a capacidade chinesa de contra-atacar”, o jornal Diário do Povo salientou a “desconfortável” dependência dos EUA das terras raras da China.
Cenário local
A MP da reforma administrativa precisava ser aprovada pelo Congresso até a próxima segunda-feira (3) para não perder a validade. Como os senadores mantiveram o texto aprovado pela Câmara, a MP seguirá para sanção presidencial.
O BC realizou nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
Fonte: G1