Venezuela diz estar pronta para eventual guerra contra Brasil, Colômbia e EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (17) que a milícia bolivariana já tem 1,6 milhões de membros e que sua principal missão é “defender” o território nacional do que tem sido descrito como possíveis agressões externas do Brasil, Colômbia ou Estados Unidos.
Maduro afirmou, sem fornecer provas, que seus oponentes liderados por Washington tentam assassiná-lo e impor uma ditadura no país. Ele acusou o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, de já ter discuto o assunto com os EUA. Brasil, Colômbia e EUA não se manifestaram sobre o assunto.
O mandatário venezuelano apontou as sanções dos Estados Unidos como a fonte dos cinco anos de recessão da economia local. Em abril “dei uma ordem (…) para em um ano para chegarmos a um milhão de milicianos e (…)foi alcançado em tempo recorde de oito meses”, disse Maduro em uma cerimônia no pátio da Academia Militar na frente de centenas de milicianos com rifles nos ombros.
A milícia como exército na Venezuela
Em abril, o presidente disse que as milícias tinham “quase 400 mil pessoas”. A Milícia Nacional Bolivariana da Venezuela foi criada pelo falecido presidente Hugo Chávez em 2008 e é composta de voluntários civis. O presidente disse que a força chegou a 1,66 milhão de homens e mulheres. Maduro disse que a função dos milicianos é a “inteligência e contra-inteligência popular” e proteger o território. Pode ser que “uma força de invasão imperialista entre em algum lugar da pátria, mas os imperialistas devem saber que não vão sair daqui vivos”, disse Maduro em discurso transmitido pela televisão estatal. A Venezuela se defenderá de “oligarcas (…) vindos de Bogotá ou de Brasília”, disse Maduro. A milícia dá apoio ao exército da Venezuela. Analistas afirmam que o exército venezuelano é o maior da América Latina.
Treinamentos Russos na Venezuela e aumento da tensão na região
A Rússia vai estabelecer uma base militar a longo prazo na ilha venezuelana de La Orchila, a 200 quilómetros a nordeste de Caracas, noticiou, esta terça-feira, a imprensa venezuelana. “A medida parece ser uma resposta à decisão dos Estados Unidos de se retirarem do Tratado das Forças Nucleares de Nível Intermédio (INF) e como medida de dissuasão perante as contínuas ameaças de Washington contra do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro”, indicou o portal Aporrea.
Nesta última semana, a aterrissagem na Venezuela de dois caças bombardeiros russos com capacidade para levar armas atômicas provocou uma reação enfurecida de Washington e uma resposta irônica de Moscou. Os caças supersônicos TU-160, conhecidos como “cisnes brancos” pelos pilotos russos, aterrissaram no aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía, próximo a Caracas, na segunda-feira, depois de voarem 10 mil quilômetros desde a Rússia. Os aviões podem percorrer até 12 mil quilômetros sem precisar reabastecer. Os jatos militares foram enviados para exercícios logo depois de uma visita a Moscou do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Fonte: A Voz do Campo


