Rui Costa diz que reforma não resolve rombo na Previdência

O governador também confirmou que, após acordo com deputados e servidores, a Conder não será extinta
O governador reeleito Rui Costa (PT) disse, ontem, que as medidas enviadas e aprovadas pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) não vão resolver o déficit na Previdência baiana, mas vão “amenizar” o rombo que, segundo ele, deve chegar a R$ 5 bilhões no próximo ano. A estimativa é que em 2022 seja de R$ 8 bilhões. “Que não é suficiente não é. Não existe nenhum grão de milho que sozinho consiga encher o papo da galinha. Não tem nenhuma solução sozinha que consiga resolver R$ 5 bilhões de déficit. Ano que vem a Previdência deve ter um déficit de R$ 5 bi. Então, não tem nenhuma medida sozinha que eu consiga resolver um problema de R$ 5 bi. É um somatório de medidas que não vai chegar em R$ 5 bi, em hipótese nenhuma, mas vai amenizar o problema para gente ir buscando alternativas. […] Agora, é melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada”, disse, durante lançamento do projeto Vídeo-Polícia – Mais Inteligência na Segurança, sistema de videomonitoramento inteligente que vai auxiliar as ações policiais.
As medidas aprovadas cortam cargos, extinguem estatais e aumentam a contribuição do servidor estadual de 12% para 14% para a Previdência baiana. Além disso, o governo decidiu reduzir a sua contribuição de 4% para 2% no Planserv (plano de saúde dos servidores). De acordo com o chefe do Palácio de Ondina, com o aumento de 2% na alíquota previdenciária, R$ 250 milhões vão entrar nos cofres públicos, já com enxugamento dos cargos mais R$ 200 milhões. Rui Costa afirmou, ainda, que vai recuar da decisão de acabar com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder). Um projeto para extinguir a estatal chegou a ser aprovado na AL-BA, mas, segundo o governador, o artigo será vetado após acordo com os servidores. Pelo pacto, de acordo com ele, os funcionários aposentados vão deixar os cargos, porque recebem mais de dois salários (o rendimento normal e aposentadoria), e, em compensação, terão direito ao Planserv e receberão dois salários adicionais para cada cinco anos de trabalho.
O governador declarou, também, que o acordo define que 20% dos cargos comissionados e de direção serão ocupados por concursados. “O acordo, na minha opinião, é bom para as duas partes. Com isso, a gente não precisa extinguir a Conder. Então, esse item a gente veta”, salientou. Anteontem, Rui Costa afirmou que, após aprovar todas as medidas na AL-BA, pretende virar a página. “Nós vamos começar o segundo mandato com o mês de janeiro carregado de inaugurações e de início de obras. Então, vamos inaugurar, por exemplo, o novo aeroporto de Vitória da Conquista, que é uma grande obra sonhada por toda a região. Vamos iniciar a obra do novo [Hospital] Clériston Andrade em Feira de Santana, que também é uma obra esperada por muitos anos. […] Então, o ano já vai iniciar com muitas entregas e muitas ações positivas. Os ajustes têm que ser feitos para que a Bahia não entre na lista de estados de salários atrasados”, declarou.
No evento de ontem, o gestor estadual falou sobre a montagem do novo governo e antecipou que deputados federais atuais e eleitos podem ser nomeados secretários, mas os nomes não foram revelados. “Por enquanto, não me detive à discussão. Não conversei com ninguém ainda. Nem mesmo com o meu vice-governador [João Leão]. Só vou iniciar qualquer conversa depois da aprovação final dos projetos. Ou seja, a partir da semana que vem. O que posso adiantar é que, eventualmente, deputados federais eleitos ou não eleitos podem ser convidados a compor o governo, mas não vou adiantar nomes. Isso nós pretendemos fazer”, disse, ao salientar que eventuais parlamentares, que integrem o governo, não serão da sua cota pessoal. “Se o partido concordar em ser da sua cota, ótimo. Senão, vamos discutir outro nome. Vou pedir aos partidos para darem duas, três, quatro opções, mas do que nunca chegou a hora de ter gente capaz de responder os desafios que a Bahia precisa superar”, pontuou.
Fonte: Gazeta do Mel



