‘Prévia’ do PIB do Banco Central indica que economia brasileira teve retração de 4,05% em 2020

Resultado, influenciado pela pandemia de Covid-19, interrompe três anos de alta seguida no nível de atividade. Números do IBC-Br, entretanto, nem sempre batem com o PIB, que será divulgado em março.
O Banco Central informou nesta sexta-feira (12) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) da instituição, considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), aponta que a economia brasileira encolheu 4,05% em 2020.
Se confirmado, o tombo do PIB interromperá uma sequência de três altas seguida no nível de atividade e também representará a maior contração desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que começou em 1996. Até aquele ano, o PIB era calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O resultado oficial do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, será divulgado somente em 3 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- O mercado, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, estima uma retração de 4,3% para a economia brasileira em 2020.
- O Ministério da Economia também estima uma queda de 4,5% e, para o BC, o tombo será de 4,4%.
Pandemia de Covid-19
A queda do PIB em 2020 foi influenciada pela pandemia da Covid-19, que interrompeu negócios, afetou empregos e esfriou a atividade econômica.
Nos últimos meses, porém, indicadores mostram uma retomada da produção e das vendas, e os números oficiais confirmaram a saída do cenário recessivo.
Para tentar evitar um impacto maior da pandemia do PIB e auxiliar os desassistidos, o governo Bolsonaro anunciou, no ano passado, uma série de medidas – com impacto de R$ 524 bilhões nos gastos públicos.
A principal delas foi o auxílio emergencial, que liberou R$ 293 bilhões para trabalhadores informais afetados pela pandemia. Também foi anunciado um programa para conter o desemprego; um auxílio financeiro para os estados e programas de crédito garantidos por recursos públicos – que ajudaram a elevar o montante emprestado.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma “prévia do PIB”. Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode voltar a subir os juros neste ano, como já é esperado pelo mercado financeiro.
Fonte: G1