Ômicron XE: Brasil registra 1º caso da nova variante da Covid-19

O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (7) o primeiro caso de Covid-19 no Brasil causado pela chamada ômicron XE. A nova cepa é uma recombinação das sublinhagens BA.1 e BA.2 da variante do coronavírus, potencialmente mais transmissíveis, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A pasta afirmou que o caso foi identificado a partir do sequenciamento genético realizado e notificado pelo Instituto Butantan. Segundo o jornal O Globo, o paciente é um homem, de 39 anos, morador da cidade de São Paulo.

Sylvain Aldighieri, médico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), explica que uma recombinação ocorre quando um indivíduo é infectado com duas ou mais variantes ao mesmo tempo. A condição resulta em uma mistura dos materiais genéticos do vírus no corpo do paciente.
“A recombinação é um fenômeno natural descrito em diferentes vírus como um mecanismo de mutação para trocar material genômico. Isso pode ocorrer quando dois vírus da mesma espécie, mas geneticamente diferentes, infectam a mesma célula no mesmo indivíduo”, afirma.
A XE é uma recombinação das linhagens BA.1 e BA.2 da variante Ômicron. O primeiro caso de infecção foi notificado em 19 de janeiro, no Reino Unido. Segundo a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês), mais de 600 casos da XE já foram confirmados até esta semana no país.
Já o Ministério da Saúde do Brasil disse que “mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19”. A pasta ainda reforçou “a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus”.
Cerca de 10% mais transmissível
Na quarta-feira (6), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou em um comunicado que a nova variante, chamada de XE, é cerca de 10% mais transmissível do que a BA.2 — variante que provocou o aumento do número de casos de Covid-19 em parte da Europa e da Ásia, no início de março.
“As estimativas iniciais baseadas em dados preliminares limitados sugerem que o XE tem uma vantagem na taxa de crescimento de cerca de 10% em comparação com o BA.2, no entanto, esse achado requer confirmação adicional”, diz trecho do comunicado.
A organização, no entanto, disse que espera mais estudos sobre a XE para definir a transmissibilidade da recombinação de variantes.
“A XE pertence à variante ômicron até que diferenças significativas na transmissão e nas características da doença, incluindo sua gravidade, possam ser relatadas”.
Em janeiro deste ano, no Brasil, 98,7% dos casos de Covid-19 foram causados pela ômicron, segundo análise feita pelo Instituto Todos pela Saúde, em parceria com os laboratórios Dasa e DB Molecular.
Fonte: Yahoo Notícias