Banco Central aumenta taxa Selic para 13,75%; veja o que muda para você

O Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária, resolveu na reunião desta quarta-feira aumentar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual para 13,75% e continuar seu trabalho de tentar controlar a inflação. É a maior taxa básica de juros da economia brasileira desde novembro de 2016.

A taxa de juros definida pelo Copom serve como instrumento do Banco Central para tratar a questão da inflação. Em tempos de subida de preços acelerada, como estamos vivendo, o BC, aumenta os juros. Isso, na teoria, encarece o crédito e desestimula o consumo, o que pode levar a um alívio na inflação.

Do outro lado da moeda, caso o BC queira estimar a economia com consumo, investimentos etc, ele corta a taxa Selic.

“A leitura do mercado para a decisão do Copom, comunicada há pouco, é neutra, portanto, haverá poucos impactos nos mercados de renda variável e renda fixa. O comitê elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, para 13,75% ao ano, e indicou que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, ou seja 0,25%, em sua próxima reunião. Sendo assim, o BC manteve a porta aberta para encerrar o ciclo na próxima reunião em 13,75% ou 14,00%.” diz Antonio van Moorsel, sócio e head do Advisory da Acqua Vero Investimentos.

Inflação alta pelo mundo

O IPCA, o índice oficial da inflação do Brasil, fechou o ano passado em 10%, maior número desde 2015 e bem acima do teto da meta do governo para o ano passado – 5,25%. Levando em consideração as 11 maiores economias da América Latina, o Brasil só fica atrás de Argentina e Venezuela.

Vale lembrar que a inflação desse momento não é um fenômeno brasileiro. A subida dos preços alcançou níveis históricos na Europa e nos EUA (este último registrou a maior inflação desde os anos 80). Isso porque a pandemia provocou uma crise na cadeia de abastecimento global e isso atingiu em cheio as economias. A guerra na Ucrânia e os recentes lockdowns na Chinatambém ajudaram na escalada dos preços.

Inflação para 2022 e 2023

Oficialmente, a meta central da inflação para este ano é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. O mercado, porém, prevê que a inflação feche o ano em 7,2%, numa melhora em relação a previsões anteriores, quando esse número era de 9%

Para 2023, a expectativa é de uma inflação de 3,5%, e a meta será cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Os especialistas acreditam que a meta não deve ser respeitada novamente, fechando em 5,3%.

A Selic no dia do brasileiro

A taxa Selic faz parte do cotidiano do brasileiro. Ela é uma taxa base para que bancos e financeiras estabeleçam suas taxas na hora de conceder empréstimos ou na cobrança de dívidas, como cheque especial e cartão de crédito. Nesses dois últimos casos, os juros que o consumidor paga são muito maiores.

A alta da Selic também coloca um freio nos investimentos públicos e privados e piora as contas públicas. Por outro lado, o aumento dos juros chama a atenção de investidores que passam a buscar títulos atrelados à Selic. Com a maior demanda por reais, o dólar, por exemplo, tende a ficar mais barato, diminuindo a pressão no câmbio e na inflação como um todo, já que muitos produtos e processos da cadeia econômica são dolarizados.

Inflação dá sinais de queda

O IPCA-15 desacelerou com força em julho e atingiu a menor variação em dois anos graças ao impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre os preços de combustíveis e energia, com a taxa em 12 meses voltando a ficar abaixo de 12%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho foi de 0,67%, ficando 0,20 ponto percentual acima da taxa de maio (0,47%). No ano, o IPCA acumula alta de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%, acima dos 11,73% observados nos 12 meses anteriores.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,13% em julho depois de um avanço de 0,69% em junho, resultado que ficou ainda abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,17%

Mercado de trabalho melhora

Dados da ocupação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram recuperação do mercado de trabalho. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) aponta que a taxa de desocupação ficou em 9,8% no trimestre móvel encerrado em maio.

Fonte: Yahoo Notícias

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