Velejadores são condenados a 10 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, em Cabo Verde; dois são baianos

Os baianos alegam que não sabiam do carregamento da embarcação que saiu da Bahia para a África

Três velejadores brasileiros, entre Rodrigo Dantas, 25 anos, baiano, estudante de engenharia mecânica; Daniel Dantas, 43 anos, baiano, corretor de imóveis; Daniel Guerra, 36 anos, gaúcho, formado em relações interacionais;, foram condenados a 10 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, pela justiça de Cabo Verde, na África. Eles estão presos desde agosto, após a polícia apreender uma tonelada de cocaína em uma embarcação onde eles seguiam de Natal para a Ilha da Madeira, em Portugal. Um francês, que era capitão do barco, também foi condenado.

Os quatro alegam que foram enganados pelo dono da embarcação e que não sabiam do carregamento. As informações são do jornal local Expresso das Ilhas.

No tribunal de São Vicente, o juiz Antero Tavares entendeu que ficou comprovado que os quatro cometeram o crime de tráfico internacional de drogas. A defesa alega que os velejadores não sabiam que a carga estava escondida em um compartimento sob o casco do barco. Além de 10 anos de reclusão, eles foram condenados à pena de expulsão do país após o período de prisão e proibição de regressarem a Cabo Verde por cinco anos. O crime de associação criminosa não foi comprovado.

Após a apreensão, a Polícia Federal da Bahia apurou que eles teriam embarcado depois da droga ter sido escondida e que eles não teriam envolvimento no crime. O proprietário do barco, o inglês George Saul, que contratou os quatro para fazerem a travessia, segue foragido. No entanto, o Ministério Público em Cabo Verde entendeu que as investigações da polícia brasileira não comprovaram que os presos não sabiam da carga. Um dos argumentos da promotoria é que ninguém confiaria uma tonelada de cocaína para uma tripulação que não soubesse da existência do carregamento. Familiares dos brasileiros estão em Cabo Verde para acompanhar os desdobramentos do caso. Os advogados de defesa dos quatro réus garantiram que vão recorrer da decisão.

À saída da sala de audiências, os advogados dos acusados garantiram que vão interpor recurso da decisão da primeira instância, além de não excluírem um eventual pedido de nulidade do processo. João do Rosário acusa mesmo o juiz Antero Tavares de não ter dado muita importância a tudo o que foi produzido durante as sessões de julgamento, há duas semanas.

“É de se chegar a conclusão de que nós não estivemos aqui a fazer nada durante os dias de julgamento. Ele [o juiz] agarra-se naquilo que acha que aconteceu, mas que não está provado e decide pela condenação. Nós vamos recorrer, obviamente, mas cientes de que vamos conseguir, no tribunal de recurso, fazer reverter a situação, porque a sentença é toda ela injusta e infundamentada”, entende.

Durante o julgamento o juiz, os advogados e o Ministério Público chegaram a fazer uma visita ao veleiro onde foi feita a apreensão da droga. Eles foram acompanhados por dois peritos para identificar se a droga realmente estava em um local de difícil acesso. O carregamento estava escondido atrás de tanques de fibra, sob o casco do navio.

Fonte: Agora na Bahia

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