Operação contra o PCC prende seis e busca por empresário foragido em esquema bilionário

Ação mira lavagem de R$ 30 bilhões no setor de combustíveis; Mohamad Hussein Mourad, conhecido como ‘Primo’, é considerado foragido.

Seis pessoas, incluindo um ex-policial civil, empresários do setor de combustíveis e operadores do mercado financeiro, foram presas nesta quinta-feira (28) na maior operação policial da história do Brasil contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). 

A ação desmantela um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal no setor de combustíveis. Um dos principais alvos, o empresário Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, segue foragido.

Mourad é apontado como o responsável pela gestão das antigas empresas do grupo Aster-Copape, que já eram suspeitas de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

Entenda

Uma megaoperação envolvendo diversos órgãos de segurança pública, Receita Federal e Ministério Público movimentaram a manhã desta quinta-feira (28). As centenas de alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, estão ligadas ao PCC e ao principal centro financeiro de São Paulo, localizado na Avenida Faria Lima, Zona Oeste da capital.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), empresas do setor de combustíveis e financeiro estão envolvidas num gigantesco esquema de fraude fiscal, adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e até ameaça de morte a donos de postos que vendiam os estabelecimentos, mas não recebiam os devidos pagamentos.

Empresas investigadas

Deflagrada na manhã desta quinta-feira (28), a “Operação Carbono Oculto” cumpre 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas. 

O Band.com.br teve acesso à decisão da Justiça de São Paulo que autorizou a operação. O documento destaca que as empresas Copape e Aster, formuladoras e distribuidoras de combustíveis, foram instrumentalizadas para os ilícitos de fraude fiscal estruturada, fraudes contábeis, falsidades diversas e lavagem de capitais.

A ordem judicial ainda pontua que a organização criminosa atua em todo a cadeia do setor de combustíveis, da produção à venda de material adulterado para o consumidor final, o que também engloba usinas, portos, transportadoras e até conveniências e padarias.

Veja a lista das empresas alvo de busca e apreensão

Abaixo, veja quais empresas foram alvo do Ministério Público e Receita Federal, em oito estados, por ordem da Justiça:

  • ALIANÇA BIOCOMBUSTÍVEL EIRELI;
  • ARARAS QUÍMICA DO BRASIL EIRELI;
  • BRASLIMP QUÍMICA INDÚSTRIA E COMÉRCIO EM GERAL LTDA.;
  • DIAMOND CHEMICAL SOLVENTES LTDA.;
  • GPC QUÍMICA S/A;
  • INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS VALE PETRO LTDA.;
  • INDÚSTRIA DSW LOGÍSTICA EM GERAL LTDA;
  • IPÊ BIOCOMBUSTÍVEL LTDA.;
  • LOG FUEL TRANSPORTES LTDA.;
  • MALTA TRANSPORTES RODOVIÁRIOS;
  • MANNABIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO LTDA.;
  • QUANTIQ DISTRIBUIDORA LTDA.;
  • OREONN IND. E COMÉRCIO DE ÓLEOS VEGETAIS E QUÍMICAS LTDA.;
  • QUÍMICA ARAGUAYA INDÚSTRIA, COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.;
  • QUIMICOLOR INDÚSTRIA E COMÉRCIO EM GERAL LTDA.;
  • ROYAL QUÍMICA LTDA.;
  • BK INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO S.A.;
  • CATTALINI TERMINAIS MARÍTIMOS S.A.;

Fintechs suspeitas

Além das empresas do setor de combustíveis, fintechs, instituições financeiras que não são bancos tradicionais, são usadas, amplamente, pela organização criminosa. Segundo a investigação, a BK Instituição de Pagamento (BK Bank) e Bankrow agiam de forma coordenada para ocultarem “a origem e destino de valores, utilizando ‘contas bolsões’ que inibem o sistema antilavagem de capitais”.

Nesta manhã, as autoridades cumpriram mandados na sede da BK Bank, na Avenida Faria Lima. A investigação também identificou ao menos R$ 30 bilhões do suposto grupo criminoso em fundos de investimentos, tática que busca ocultar e blindar os bens de origem ilícita.

Fonte: Band

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