Com gol de Messi e sofrimento, Argentina vence a Nigéria e segue viva

A Copa do Mundo da Rússia quase acabou para a Argentina. Nesta terça-feira, em São Petersburgo, o time que já havia sofrido para confirmar a sua vaga no torneio suou bastante para derrotar a Nigéria por 2 a 1 e evitar a eliminação precoce no grupo D. O astro Lionel Messi desencantou no primeiro tempo, mas Moses converteu pênalti para igualar o marcador no segundo. Aos 40 minutos, Rojo marcou o gol salvador.
Sem ter conquistado nem uma vitória sequer até então (antes, empatou também por 1 a 1 com a Islândia e perdeu por 3 a 0 para a Croácia), a Argentina assumiu a segunda colocação da chave, com 4 pontos ganhos, na rodada derradeira. Os líderes croatas tiveram 100% de aproveitamento, com 9, enquanto os nigerianos somaram 3 e os islandeses, apenas 1.
Enquanto Nigéria e Islândia se despedem, Croácia e Argentina iniciarão preparação para as oitavas de final do Mundial. Os croatas, que derrotaram os islandeses por 2 a 1 também nesta terça-feira, jogarão contra a Dinamarca às 15 horas (de Brasília) de domingo, em Níjni Novgorod. Um dia antes, às 11 horas (de Brasília), os argentinos farão duelo de campeões do mundo com a França.
Desencantou
Não parecia que a Argentina havia sofrido uma impactante derrota por 3 a 0 para a Croácia na rodada anterior da Copa do Mundo. Os jogadores chegaram ao Estádio Krestovsky cantando. Lá dentro, Messi, embora sério, não levou os dedos à testa nem fez feição de preocupado durante a execução do hino nacional.
Entre os torcedores, o clima também era de otimismo. Diego Armando Maradona, chamando a atenção mais uma vez em um camarote, chegou a bailar com uma nigeriana antes de a partida começar. Faixas com a imagem dele se misturavam com aquelas que exaltavam Messi nas arquibancadas, preenchidas majoritariamente por argentinos.
Quando a bola rolou, o time de Jorge Sampaoli (o único vaiado no anúncio da escalação da Argentina) tentou fazer jus à confiança. Sem Aguero, que se desentendeu com o técnico no jogo passado, e com Higuaín, a seleção sul-americana apostou na movimentação ofensiva constante para acuar a Nigéria.
Aos poucos, como em um chute por cima da meta de Tagliafico, a estratégia da Argentina parecia que começaria a surtir efeito. Desde que o time não falhasse defensivamente, como fazia Mascherano, falhando feio nas saídas de bola. Por sorte, a Nigéria não conseguia tirar proveito dos vacilos do volante.
Aos 13 minutos, a Argentina trouxe calma a Mascherano e aos seus torcedores. Rojo fez um desarme e passou a bola para Banega, que lançou Messi com categoria. O astro do Barcelona dominou com perfeição, entrou na área e arrematou cruzado para anotar o centésimo gol da Copa do Mundo da Rússia.
“Messi! Messi! Messi!”, reverenciaram os torcedores da Argentina, na expectativa de que o craque os conduzisse aos jogos eliminatórios do Mundial. Aos 33 minutos, pouco depois de uma bola dividida por Higuaín com o goleiro Uzoho, o ídolo quase voltou a fazer a diferença. Acertou a trave em uma cobrança de falta.
A Nigéria aceitava o ritmo imposto pela Argentina. A equipe que iniciara a rodada em vantagem na tabela de classificação demonstrava nervosismo mesmo ao esboçar uma pressão no final do primeiro tempo. Um chute muito torto de Etebo, aos 41 minutos, evidenciou a situação. A bola saiu pela lateral.
Reações e sofrimento
Antes mesmo de descer para o vestiário, o time da Nigéria se reuniu no gramado para tentar se reorganizar na segunda etapa da partida. O técnico alemão Gernot Rohr deu a sua colaboração dentro do vestiário, e a equipe africana retornou de lá com uma alteração no ataque. Ighalo substituiu Iheanacho.
O placar também mudou em pouco tempo. Aos três minutos, Mascherano agarrou Balogun dentro da área, e o árbitro turco Cuneyt Cakir assinalou o pênalti antes e após consultar o VAR. Moses se apresentou para a cobrança e, tranquilo, apenas rolou a bola para a meta defendida por Armani, o substituto de Caballero, sacado após falhar feio contra a Croácia.
A Nigéria tentou tirar proveito do bom momento para acuar a Argentina. Nas arquibancadas, os torcedores sul-americanos passaram a cantar com mais intensidade, na esperança de motivar a sua seleção. Sampaoli também agiu. Trocou Enzo Pérez por Pavón.
Àquela altura, a Argentina já havia sido tomada pelo nervosismo. A equipe de Sampaoli até rondava a área da Nigéria, porém errava passes fáceis. Na defesa, assustava-se com cada avanço em velocidade da sua adversária. Como quando Moses passou a bola entre as pernas de Mercado e lamentou a conclusão para o alto de Ndidi.
Aos 29 minutos, o tom dos nigerianos foi de reclamação. Rojo tocou a bola com o braço ao tentar afastar a bola dentro da área, e o árbitro não assinalou o pênalti mesmo depois de o lance ser checado pelo VAR. Ainda mais pressionado, Sampaoli gastou as suas últimas fichas com as entradas de Meza e Aguero nos lugares de Di María e Tagliafico.
Deu certo. Aos 40 minutos, Mercado foi à ponta direita e cruzou para Rojo emendar de primeira para a rede, transformando o Estádio Krestovsky em La Bombonera. A Nigéria ainda tentou reverter a eliminação com Iwoby e Simy nos postos de Omeruo e Musa, mas já era tarde. A Argentina de Messi estava viva na Copa do Mundo da Rússia.
FICHA TÉCNICA
NIGÉRIA 1 X 1 ARGENTINA
Local: Estádio Krestovsky, em São Petersburgo (Rússia)
Data: 26 de junho de 2018, terça-feira
Horário: 15 horas (de Brasília)
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)
Assistentes: Bahattin Duran e Tarik Ongun (ambos da Turquia)
Público: 64.468 pessoas
Cartões amarelos: Balogun e Obi Mikel (Nigéria); Mascherano e Banega (Argentina)
Gols: NIGÉRIA: Moses, aos 5 minutos do segundo tempo; ARGENTINA: Messi, aos 13 minutos do primeiro tempo, e Rojo, aos 40 minutos do segundo tempo
NIGÉRIA: Uzoho; Balogun, Ekong e Omeruo (Iwoby); Ndidi, Obi Mikel, Moses, Etebo e Idowu; Musa (Simy) e Iheanacho (Ighalo)
Técnico: Gernot Rohr
ARGENTINA: Armani; Mercado, Otamendi, Rojo e Tagliafico (Aguero); Mascherano, Banega, Enzo Pérez (Pavón) e Di María (Meza); Messi e Higuaín
Técnico: Jorge Sampaoli
Croácia vence, elimina Islândia e avança com 100% de aproveitamento
Depois de um primeiro tempo de poucas emoções, a Croácia acelerou a troca de passes no começo da segunda etapa e saiu na frente com Badelj. Ciente da necessidade da vitória para sonhar com a classificação, a Islândia se lançou ao ataque e até chegou ao empate, com Sigurdsson, porém, Perisic deu um banho de água frio no sonho islandês e garantiu os 100% de aproveitamento dos croatas na primeira fase.
Com o resultado, a Croácia chegou aos sete pontos, encerrou a primeira fase na liderança do Grupo D e voltará a jogar o mata-mata após 20 anos. Enquanto, a Islândia termina sua primeira participação no torneio com dois pontos somados em três partidas. No outro duelo do grupo, vitória da Argentina, que garantiu a classificação.
Nas oitavas de final da Copa do Mundo, a Croácia medirá forças contra a Dinamarca, segunda colocada do Grupo C, em Nizhny Novgorod, às 15 horas (de Brasília) do domingo. Os argentinos, por sua vez, encaram a França às 11 horas do sábado, em Kazan.
Primeiro tempo de pouco inspiração
Precisando ganhar de qualquer maneira, a Islândia começou adiantando a linha de marcação e parecia que ia mudar seu estilo de jogo para ditar o ritmo da partida. No entanto, a Croácia soube furar a estratégia do oponente, que retomou sua postura mais comum, de esperar o adversário e sair em velocidade nos contra-ataques.
Sem objetividade nos passes, os croatas não ofereciam perigo. Já os islandeses pecavam na construção de suas jogadas e a bola não chegava em boas condições para os atacantes finalizar. Diante desse cenário, o único momento de certa emoção nos primeiros 30 minutos foi um arremesso lateral cobrado Gunnarsson para a área, onde Magnússon desviou na primeira trave, mas ninguém apareceu na segunda para completar.
Na base da bola lançada à área, seja parada, no lateral ou em jogo, a Islândia retomou a superioridade nos momentos finais do primeiro tempo. Aos 40, Finnbogason desarmou o adversário, tabelou com Sigurdsson e bateu no cantinho, porém, a redonda saiu caprichosamente rente à trave direita. Mais tarde, Gunnarsson recebeu na entrada da área e forçou Kalinic a fazer bela defesa.
Perisic dá a vitória aos croatas
A Croácia voltou ligada do intervalo e no primeiro momento em que acelerou a troca de passes criou uma boa trama. Badelj foi acionado e chutou de média distância, carimbando o travessão de Halldórsson. Na sequência, o goleiro não teve tanta sorte. Perisic cruzou para a área, a bola desviou na zaga e caiu na medida para Badelj, que dessa vez não desperdiçou a oportunidade e estufou as redes em um belo voleio.
Os islandeses quase empataram no momento seguinte. Principal nome da equipe de Heimir Hallgrímsson, mas pouco atuante na partida, Sigurdsson cobrou escanteio para Ingason subir mais alto que a defesa e cabecear forte, porém, no travessão.
Precisando virar a partida para sonhar com a classificação, o treinador da Islândia tirou o zagueiro R. Sigurdsson e colocou o atacante Sigurdarson. A mudança fez efeito e os islandeses instauraram uma verdadeira pressão. Em uma das bolas lançadas à área, Lovren fez o corte com o braço e o juiz sinalizou pênalti. Na cobrança, Sigurdsson bateu com segurança, no meio do gol, para converter.
Na reta final, a partida se tornou aberta. Já classificada a Croácia não abdicava do ataque, enquanto a Islândia foi para o “tudo ou nada”. Melhor para os croatas, que chegaram ao segundo gol Perisic, venceram a partida e avançaram para as oitavas de final com 100% de aproveitamento.
FICHA TÉCNICA
ISLÂNDIA 1X2 CROÁCIA
Local: Arena Rostov, em Rostov (Rússia)
Data: 26 de junho de 2018, terça-feira
Horário: 15h00 (horário de Brasília)
Árbitro: Antonio Mateu (Espanha)
Assistentes: Pau Cebrian Devis (Espanha) e Roberto Díaz Pérez (Espanha)
Cartões amarelos: Pjaca e Jedvaj (Croácia). Hallfredsson, Finnbogason e Saevarsson(Islândia)
Gols:
CROÁCIA: Baldelj aos sete minutos do 2ºT e Perisic aos 44 minutos do 2ºT.
ISLÂNDIA: Sigurdsson aos 30 minutos do 2ºT.
ISLÂNDIA: Hannes Halldórsson, Birkir Saevarsson, Sverrir Ingi Ingason, Ragnar Sigurdsson (Björn Bergmann Sigurðarson) e Hördur Magnússon; Emil Hallfredsson, Aron Gunnarsson, Gylfi Sigurdsson e Birkir Bjarnason; Johann Berg Gudmundsson e Alfred Finnbogason.
Técnico: Heimir Hallgrímsson
CROÁCIA: Lovre Kalinic, Tin Jedvaj, Duje Caleta-Car, Vedran Corluka e Josip Pivaric; Mateo Kovacic, Milan Badelj e Luka Modric (Filip Bradarić); Andrej Kramaric, Ivan Perisic e Marko Pjaca (Dejan Lovren).
Técnico: Zlatko Dalic
Confira como ficou o Grupo D:
Veja os confrontos das Oitavas:
Fonte: Yahoo Notícias