Provedores de internet voltam a fazer acusações contra a Coelba e denunciam perseguição e risco de demissões

Empresários falam em risco de 40 mil demissões por causa dos cabos e fios que estão sendo cortados aleatoriamente pela concessionária de energia do estado

A disputa por espaços em postes de iluminação pública para a colocação de fios e cabos, acaba de provocar um novo capítulo na briga entre os provedores de internet e a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia(Coelba), a quem os postes pertencem. O Sindicato dos Trabalhadores e Prestadores de Serviços em Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado da Bahia(Sinttecin) diz que a concessionária de energia elétrica está cortando cabos de forma equivocada e pode provocar uma grave crise no setor, com prejuízos incalculáveis, inclusive com demissões.

De acordo com o Sinttecin, desde o ano passado, a Coelba retirando cabos e caixas de distribuição de sinal das empresas provedoras de internet dos postes públicos. A ação, segundo ainda o sindicato ameaça o emprego dos cerca de 40 mil funcionários, direta e indiretamente, ligados aos provedores. “Descumprir o acordo com os empresários e colocar em risco 40 mil postos de trabalho na atual conjuntura econômica que o país está vivendo, mostra que a Coelba está caminhando em uma linha adversa do desenvolvimento econômico e tecnológico da Bahia”, ressaltou Moisés Carvalho, representante do Sinttecin.

Segundo Carvalho, o sindicato vai mobilizar e discutir com os trabalhadores mais diretamente afetados, em todos os 417 municípios baianos, e tomar as medidas cabíveis para garantir a manutenção dos empregos. Ele responsabiliza a concessionária pela intransigência e pela instabilidade nas relações do trabalho do setor. “A Coelba não é uma empresa inteiramente de atividade privada. É uma empresa de serviços públicos de bem essencial à vida das famílias, que opera com a distribuição da energia elétrica. Portanto, tem responsabilidade social e econômica com o Estado”, reiterou.

O Sinttecin vai solicitar a intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT), com fins de garantir a proteção dos postos de trabalho e não permitir nenhum prejuízo à categoria. “A demissão de funcionários será uma das consequência do desperdício de todo o investimento em infraestrutura já feito pelas empresas”, explicou André Costa, presidente do Sindicato das Empresas de Internet do Estado da Bahia (Seinesba).

Costa lembrou, ainda, que a ação impedirá a conexão de chegar nas casas dos usuários baianos.​ ​“A fim de evitar demissões em massa e o prejuízo dos consumidores finais de internet, o Seinesba está disposto a conversar a Coelba, caso os cortes dos cabos de fibra óptica parem imediatamente”, afirmou.

Essa discussão sobre a ocupação dos postes por concessionárias de internet é antiga e já provocou outras discussões e reuniões aqui em Salvador e outras cidades do estado. O #AgoraNaBahia acompanha, desde 2016, o grave problema causado pela ocupação irregular, com emaranhados de fios e cabos que provocam, além de problemas estéticos, riscos para a população.

André Costa, em entrevista do #AnB, disse que a maior parte dos problemas é causada pela manutenção dos cabos deixados pela operadora Oi, que usava os postes para instalação de cabos da telefonia fixa. E, mesmo depois da desativação dos serviços, os cabos não foram retirados, pois isso significa custos. “Os demais estão pagando pelo que a Oi deixou, pois a Coelba chega e corta tudo, sem observar a legalidade da ocupação”, informa.

Desde o momento em que a denúncia chegou à nossa redação, foi enviado à assessoria de imprensa da Coelba alguns pedidos de explicação para as ações que estão sendo denunciadas, mas até agora não houve resposta.

Fonte: Agora na Bahia

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