Justiça manda prender policiais militares da ativa acusados de atirar e matar economista espanhol em Salvador-BA

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa teve os pedidos dos mandados de prisão contra os soldados Maurício Correia dos Santos e Saulo Reis Queiroz acatados pela Justiça, pela morte do espanhol Márcio Perez, ocorrida no dia 19 de setembro, no bairro de Armação, em Salvador. De acordo com as investigações, a versão apresentada pelos policiais não coincide com relatos de testemunhas e outras peças do inquérito.
O pedido de prisão preventiva da dupla foi solicitada na última segunda-feira e atendida ontem(19). O documento já foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar para cumprimento. “A prisão preventiva é justamente para que possamos esclarecer alguns fatos que, para nós, ainda não foram devidamente explicados”, afirmou o diretor do DHPP, José Bezerra.
Disse ainda que, independentemente das prisões, que devem ocorrer em breve, as investigações sobre o caso continuam até que a motivação e outros detalhes sejam esclarecidos.
O crime
Márcio Perez estava estacionando o carro na porta de casa, acompanhado de uma mulher, quando foi surpreendido por policiais em uma viatura da 58ª Companhia Independente de Polícia Militar(CIPM/Cosme de Farias). De acordo com testemunhas, era por volta de 23h e a viatura estava luzes e giroflex apagados.
Os vizinhos de perez contaram que ele se assustou e acelerou o carro, porém foi perseguido e baleado na nuca pelos militares. Depois de ser atingido, o consultor perdeu o controle da direção, subiu o canteiro e atingiu uma árvore. A mulher que estava com ele nada sofreu.
Os policiais não explicaram o que estavam fazendo em Armação, 10 km distante da área em que atuam, Cosme de Farias. Também não ficou claro por que a viatura estava às escuras e por que só havia dois PMs dentro do veículo, quando a ronda é sempre feita com três militares.
Perez era formado em Economia e sócio de uma empresa que presta consultoria a uma operadora de telefonia. Os pais dele são espanhóis, mas viveram por alguns anos no Brasil, por isso, o empresário tinha naturalidade espanhola. O pai e a mãe retornaram para a Espanha, mas Márcio resolveu permanecer no Brasil. A família era natural da cidade de Ponte Caldelas.
Fonte: Agora na Bahia