Milagres da Esperança, por Renata Poeta

Qual era mesmo o compromisso inadiável?

Onde ficou a clássica pressa?

Os últimos retoques?

Em que gaveta minhas urgências gritam?

O que eu tinha mesmo a dizer?

O tempo não se parece com o hoje.

No espelho um avesso.

E todos esses gestos espessos nesse mundo totalmente estranho.

Há um manual em cada canto

Para o inacreditável

 E as ordens tão precisas: parar!

Um relógio quebrado ao meio de tudo.

Um telefone para atender as recomendações, programações…

Os pedidos aos céus

Quem atenderá o chamado?

O socorro de um abraço?

A despedida?

Há poeira e silêncio

Há um trem desgovernado

Há um tiro em cada noticia

Há incoerência nas palavras

Uma sensação de perdição

Uma saudade fora de hora

O sinônimo do encontro?

E é preciso continuar conversando com a vida

Salvar o que se quebrou

Reaprender…

Recomeçar dentro do caos.

Abrigando o que é amor.

Sem rotas

Atravessaremos o tempo seguidos pelo milagre da esperança.

Renata Poeta

Renata Nascimento dos Reis (Renata Poeta) nasceu em Ribeira do Pombal – BA Desde criança, adora poesias e sempre sonhou em ser escritora.
Hoje, licenciada em Letras (Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança) e especialista em Produção textual, Gramática e Literatura (Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e letras de Candeias) faz uma das coisas que mais gosta: ensinar Língua Portuguesa. Autora dos livros Outra forma de ver e sentir e Poesias para gente minúscula (Mondrongo) tem se dedicado cada vez mais à literatura infanto- juvenil.

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