Pesquisadores franceses não veem eficácia da cloroquina no tratamento de coronavírus

Um estudo feito por 30 pesquisadores franceses põe em dúvida a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. Segundo o resultado da pesquisa, os números não suportam que o uso da cloroquina seja importante para pacientes internados com Covid-19.
São profissionais de 11 instituições diferentes que se juntaram para estudar os efeitos do medicamento.
Em diversas ocasiões, o remédio foi tratado como “solução mágica” por governantes, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro.
Os pesquisadores usaram dados da rotina de cuidados de quatro hospitais na França que incluíram a cloroquina no tratamento. Foram avaliados 181 pacientes, 84 deles receberam o medicamente nas primeiras 48 horas desde que deram entrada no hospital, enquanto 97 deles não.
Entre os infectados que receberam a cloroquina, 20,2% foram transferidos para unidades de terapia intensiva ou morreram em 7 dias, um total de 16 paciente. Entre os que não usaram medicação, o índice é de 22,1%, ou seja, 21 casos.
No grupo com cloroquina, 3 pacientes morreram em até sete dias. Sem o medicamento, foram 4 mortes. O número de pessoas infectadas que desenvolvem síndromes respiratórias também é similar: 24 entre os que receberam o medicamente e 23 entre os que não receberam.
Além da falta de resultados efetivos na melhora de pacientes, o estudo ainda mostrou que 8 pacientes que receberam a hidroxicloroquina tiveram modificações nos eletrocardiogramas e, por isso, tiveram de parar de usar o medicamento.
No Brasil, diversos hospitais têm usado o remédio em pessoas em situação grave, mas sempre aliado a outros. O médico Roberto Kalil Filho, por exemplo, recebeu a cloroquina junto a outros remédios, como antibióticos.
Fonte: Yahoo Notícias