Planalto diz que Doria faz ‘populismo barato e irresponsável’ com vacina contra Covid-19

O governo federal publicou nesta terça-feira (8) uma nota com críticas indiretas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por conta do anuncio do início da vacinação contra a Covid-19. O texto, veículado na conta oficial da Secretaria de Comunicação nas redes sociais, afirma que “anunciar o uso de vacina antes de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) certificá-la é populismo barato e irresponsável venda de ilusão”.

“Desrespeitar a competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é inconstitucional e ilegal. Todos os procedimentos da Anvisa devem ser seguidos rigorosamente para garantir a segurança dos brasileiros”, diz trecho da nota.

A publicação vai ao encontro de um pronunciamento do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que criticou o governador de São Paulo, sem citar seu nome diretamente, durante reunião com governadores antes da divulgação da nota nesta terça-feira (8).

A reunião teve momentos de tensão, constrangimento e embates. Entre os assuntos, foram discutidas a necessidade de um PNI (Plano Nacional de Imunização) e a compra de vacinas contra o novo coronavírus.

“Não podemos dividir o Brasil neste momento difícil, em que todos nós passamos dificuldade. O Ministério da Saúde acompanha a produção de imunizantes para Covid-19 em passos acelerados, com total responsabilidade”, disse o ministro.

Além do ministro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também respondeu de forma indireta ao governador de São Paulo. Em mensagem, nas redes sociais, ele afirmou que o governo federal irá proteger a população e não usá-la “para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder”.

“O Brasil disponibilizará vacinas de forma gratuita e voluntária após comprovada eficácia e registro na Anvisa. Vamos proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder”, escreveu.

Tensão e bate-boca

O principal momento de tensão na reunião desta terã-feira (8) foi um bate-boca entre Doria e Pazuello sobre a falta de interesse do governo federal em relação à CoronaVac.

Doria questionou se Pazuello não privilegia a CoronaVac por “questão ideológica, política ou falta de interesse” e relembrou que o ministro fora desautorizado pelo presidente após ter se comprometido a comprar 46 milhões de doses do imunizante.

Ao destacar os valores já pagos pelo governo para outras vacinas, Doria afirmou que todas estão na mesma situação da CoronaVac — ainda sem registro da Anvisa — e questionou o motivo de a vacina não ter sido apoiada pelo governo.

Em resposta após o embate, Pazuello afirmou que o Ministério da Saúde irá adquirir todas as vacinas disponíveis e registradas pela Anvisa. O ministro garantiu ainda que irá apresentar, na quarta-feira (8), o plano logístico de compra e distribuição de vacinas e insumos para todo país.

De acordo com os governadores, ficou também acertado que a Anvisa irá registrar emergencialmente, em até 72 horas, qualquer vacina para o coronavírus que for certificada por uma das quatro agências internacionais de vigilância sanitária previstas em lei federal –as dos Estados Unidos, Europa, Japão e China.

Fonte: Yahoo Notícias

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