Ucrânia cita Brasil como aliado em site oficial sobre a guerra

O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia colocou o Brasil na lista de países aliados aos ucranianos. A informação está na plataforma oficial do país, que mostra as atualizações da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“O mundo está prendendo a respiração, com o coração partido desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, às 5h. A guerra continua no coração da Europa. […] Mas os ucranianos não são os únicos que defendem a democracia, o clamor por paz e liberdade foi ouvido alto e claro em todo o mundo”, diz uma nota no site.

“Celebridades, civis e empresas de todo o mundo apoiam [a Ucrânia] e #StandWithUkraine, pedindo que o presidente russo, Vladimir Putin, pare com essa guerra desnecessária.”

Posição do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem evitado se posicionar em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Recentemente, o mandatário brasileiro esteve com o presidente russo, Vladimir Putin, e, sem mencionar a tensão na região – antes da invasão efetiva -, prestou solidariedade ao presidente russo.

Agora, quando questionado, Bolsonaro tem se esquivado de uma resposta sobre qual lado apoia.

No entanto, para o governo ucraniano, não há espaço para neutralidade no momento atual. A declaração foi dada pela embaixadora da Ucrânia na ONU, Yevheniia Filipenko, em entrevista ao portal UOL.

“Não há espaço para neutralidade na situação atual. Todos precisamos nos levantar para defender nossos princípios básicos. Eles garantem a todos os países sua soberania, integridade territorial e existência”, disse a diplomata.

Segundo a embaixadora da Ucrânia na ONU, o momento exige ação, com o objetivo de acabar com as agressões e com os ataques da Rússia contra a Ucrânia.

Declarações de Bolsonaro

No último domingo (27), Bolsonaro falou em uma coletiva de imprensa sobre o posicionamento do Brasil no conflito.

“Nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, afirmou.

“Nossa posição tem que ser de grande cautela. Ninguém é favorável a guerra em lugar nenhum, traz problemas gravíssimos para toda a humanidade e para o nosso país também.”

Mourão

Na semana passada, em transmissão nas redes sociais o presidente Bolsonaro desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão a falar sobre a invasão da Rússia ao território da Ucrânia após o general afirmar que o Brasil não é neutro no conflito.

“Deixar bem claro: o artigo 84 [da Constituição Federal] diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, afirmou o presidente.

Bolsonaro deu a declaração mostrando uma cópia de uma matéria com a declação de Mourão, mas sem falar no nome de seu vice-presidente.

Negociações

Representantes da Rússia informaram que o país está disposto a negociar o fim da guerra com a Ucrânia hoje, sétimo dia da invasão coordenada pelo presidente Vladimir Putin.

A confirmação veio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Ele informou que “hoje, ao entardecer, nossa delegação estará no local (das discussões)”. “Vamos esperar os negociadores ucranianos”, declarou.

Os países tiveram uma primeira conversa na última segunda-feira (28), na fronteira entre a Ucrânia e Belarus, mas, na ocasião, não conseguiram chegar a um acordo.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky afirmou na terça (1º) que os russos precisariam deixar de bombardear o território local antes que qualquer outra conversa sobre o fim da guerra acontecesse.

Por outro lado, Peskov apontou que a Rússia precisa formular uma resposta contra as medidas impostas por países ocidentais para minar a economia nacional em decorrência da guerra.

Últimos movimentos da guerra

Neste sétimo dia de guerra, tropas russas desembarcaram na cidade de Kharkiv e anunciaram que tomaram o controle de Kherson, no sul da Ucrânia.

As forças armadas russas também começaram exercícios com submarinos nucleares lança-mísseis terrestres em regiões do país, mas ainda distante da Ucrânia. No domingo (27), o presidente Vladimir Putin ordenou que fossem posicionadas em alerta grave armas nucleares de represália.

Sergei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, afirmou que, se houvesse uma Terceira Guerra Mundial, esta seria travada com armas nucleares e seria destrutiva, segundo a agência de notícias RIA.

Enquanto os submarinos trafegavam pelo Mar de Barents, ao leste da Finlândia, os lançadores de mísseis percorriam estradas na Sibéria, no centro-norte da Rússia.

Em comunicado, a Frota do Norte da Rússia informou que vários de seus submarinos nucleares estavam participando de exercícios projetados para “treinar manobras em condições adversas”.

Já o Ministério da Defesa informou que unidades das Forças Estratégicas de Mísseis mobilizaram lançadores de mísseis balísticos intercontinentais Yars em florestas na região de Irkutsk, no leste da Sibéria.

O comunicado também diz que navios de guerra que protegem a península de Kola iriam se juntar ao treinamento.

Mais a leste do país, em Irkutsk, na Sibéria, forças estratégias posicionaram lançadores de mísseis balísticos intercontinentais em florestas da região, segundo comunicado atribuído ao Ministério da Defesa russo pela AP.

Não se sabe se os exercícios têm relação com a ordem de Putin de colocar as forças nucleares em alerta no país, em meio ao conflito com a Ucrânia.

Fonte: Yahoo Notícias

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