Jogadores do Irã não cantam hino nacional em forma de protesto

Na estreia da seleção na Copa de 2022, atletas se mostraram contra as medidas tomadas pelo governo nos últimos meses, desde a morte da jovem Mahsa Amini.

Os jogadores da seleção de futebol do Irã optaram por não cantar o hino de seu país antes da partida da Copa do Mundo contra a Inglaterra nesta segunda-feira (21), em uma aparente demonstração de apoio aos manifestantes do país.

Todos os 11 jogadores titulares ficaram em silêncio enquanto o hino era tocado no Khalifa International Stadium.

Caso Mahsa Amini

O país vive uma onda de protestos há dois meses. As manifestações começaram como reação ao caso da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que apareceu morta após ser presa pela polícia dos costumes do país por “uso inadequado” do véu islâmico, obrigatório no Irã.

Desde o início das manifestações no Irã, em setembro, cerca de 380 pessoas morreram, incluindo pelo menos 47 crianças, segundo a Iran Human Rights Watch, a principal organização de monitoramento das manifestações.

Apoio de esportistas

A suposta manifestação de apoio dos jogadores do Irã não é a primeira manifestação de apoio por parte de esportistas. Recentemente, um jogador de futebol de areia, Saeed Piramoon, comemorou um gol fazendo uma mímica para indicar que estava cortando o cabelo —muitos manifestantes cortam o cabelo como forma de protesto no Irã.

Bandeira proibida no estádio

De acordo com o “New York Times”, alguns torcedores foram proibidos de entrar com a bandeira persa, que tem sido usada pelos manifestantes, no estádio.

A bandeira persa e do Irã são parecidas, mas na primeira há imagem de um leão e de um sol, e na segunda, símbolos islâmicos.

As reivindicações, contra a repressão às mulheres, rapidamente se tornaram o maior movimento para desafiar a República Islâmica desde a sua proclamação em 1979.

Desde o começo dos protestos, o governo vem respondendo com forte repressão às manifestações. Entre os 380 mortos, 47 eram crianças, segundo disse o diretor da Iran Human Rights Watch, Mahmood Amiry-Moghadda, à agência de notícias France Presse.

Fonte: G1

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