Governo dos EUA anuncia sanção contra esposa de Moraes com lei Magnitsky

Medida foi aplicada ao ministro do STF em julho deste ano pelo governo Trump

governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (22), sanções contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a Lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou de corrupção.

A decisão, anunciada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro americano, resulta no congelamento de bens ou ativos que Viviane Barci de Moraes possua nos EUA, e pode proibir entidades financeiras americanas de realizarem operações em dólares. 

O governo de Donald Trump sancionou o ministro da Suprema Corte em 30 de julho. Na ocasião, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que Moraes “assumiu para si o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas dos EUA e do Brasil”.

Em 18 de julho, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, ordenou a revogação de vistos de Alexandre de Moraes, de seus aliados no Tribunal e de seus familiares. A medida, segundo ele, é uma resposta ao que chamou de “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de “censura a americanos”.

“Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, publicou na época. 

Lei Magnitsky

Lei Magnitsky foi criada depois da tortura e morte do advogado Sergei Magnitsky em uma prisão na Rússia. Ele morreu em 2009 e seu atestado de óbito apontou que ele foi torturado na prisão. Sergei estava preso depois de desvendar um esquema milionário de corrupção no governo russo. 

A Lei Magnitsky foi criada em reação à morte do advogado e aprovada pelo então presidente Barack Obama para punir autoridades estrangeiras acusadas de violação dos direitos humanos. 

Lei não prevê julgamento

A legislação não prevê um julgamento formal, com direito à defesa ou o contraditório, basta uma decisão unilateral do governo americano para que, da noite para o dia, o sancionado seja punido com os mais variados tipos de bloqueios. 

Sanções econômicas, como bloqueio de bens e contas bancárias, são impostas pela lei. É a chamada “pena de morte financeira”. Mais de 250 pessoas e entidades já foram sancionadas. Entre elas, juízes na China, Irã, e até mesmo do Tribunal Penal Internacional, punidos depois de emitirem mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu, aliado dos Estados Unidos. 

A lei está sendo usada para punir ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, e outras autoridades brasileiras. O argumento é uma suposta perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Fonte: Band.com.br

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo