CPI do Crime Organizado é instalada nesta terça (4) no Senado

Comissão terá 120 dias para investigar o avanço de facções e milícias no país; colegiado elegerá presidente e relator na primeira reunião

O Senado Federal instala, nesta terça-feira (4), a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o avanço do crime organizado no Brasil. O colegiado, proposto pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), terá a missão de apurar, durante 120 dias, a estrutura, o financiamento e a expansão de facções e milícias em território nacional.

A primeira reunião será dedicada à eleição do presidente, vice-presidente e à designação do relator dos trabalhos. Os senadores terão disponíveis 30 mil reais para desembolsar nas investigações.

A instalação da CPI foi anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), dois dias depois da megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes.

MOTIVOS PARA INSTALAR A CPI

Segundo o autor do requerimento, Alessandro Vieira, o crescimento das organizações criminosas é consequência do “abandono do poder público”. Para o senador, o debate sobre o assunto é uma “urgência nacional”.

A CPI do Crime Organizado tem como objetivo principal mapear o modus operandi de grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de investigar a infiltração dessas organizações em instituições públicas.

O colegiado buscará entender como as facções se instalam e se desenvolvem nas diferentes regiões do país, analisando suas estruturas de comando e formas de financiamento, que incluem esquemas de lavagem de dinheiro.

HISTÓRICO E PRÓXIMOS PASSOS

A comissão retoma um debate que não ocorria no Congresso Nacional há 25 anos, desde a CPI do Narcotráfico, finalizada em 2000, com mais de 350 depoimentos, com um relatório de mais de 1.200 páginas e que resultou no indiciamento de mais de 800 pessoas.

A reunião de instalação será conduzida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), por ser o membro mais velho entre os indicados.

Entre os 11 senadores titulares que irão compor o colegiado, já foram indicados nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Jaques Wagner (PT-BA) e Magno Malta (PL-ES).

A comissão planeja ouvir especialistas em segurança, delegados, promotores e autoridades políticas, como governadores e o ministro da Justiça, para aprofundar o diagnóstico e, ao final, propor um aperfeiçoamento na legislação de combate ao crime.

Fonte: Band  

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