Em sessão esvaziada, parecer favorável a novo embaixador nos EUA é apresentado

Depois de meses de indefinição sobre se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) bancaria o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para ser embaixador em Washington, foi apresentado nesta quinta-feira (6) um parecer favorável à indicação do diplomata de carreira Nestor Foster.

O relator da indicação é o próprio presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores), Nelsinho Trad (PSD-MS).

O parecer meramente relatorial foi lido em uma sessão esvaziada do colegiado -apenas quatro senadores estavam presentes- e foi concedida vista. A sabatina de Foster foi marcada para quinta-feira (13).

“Fico imaginando como é que seria este plenário se a indicação tivesse sido a originalmente anunciada. Certamente o senador Humberto Costa não estaria aqui sozinho”, ironizou o senador Esperidião Amin (PP-SC), mencionando o único senador da oposição, do PT-PE, que estava presente. Também não havia nenhum governista no momento da leitura.

Em 11 de julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que nomearia seu filho Eduardo ao cargo de embaixador do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. A decisão foi criticada pela oposição e por parte dos aliados, que consideravam se tratar de um caso de nepotismo.

Desde então, o deputado, que também é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, fez duas viagens a Washington -em uma delas, foi recebido pelo presidente americano, mas saiu sem anúncios concretos da reunião.

A indicação de embaixadores tem de passar pelo Senado, em duas etapas. Primeiro, em caráter consultivo, há uma sabatina e uma votação na CRE (Comissão de Relações Exteriores). Aprovado ou rejeitado, o nome do indicado vai a votação no plenário da Casa.

No início de agosto, o governo de Donald Trump concedeu seu aval à nomeação.

O presidente brasileiro, no entanto, não apresentou formalmente o nome de Eduardo.

Em outubro passado, o próprio Eduardo anunciou que havia desistido da embaixada em Washington.

“Este que vos fala, filho de militar do Exército brasileiro e deputado federal, que foi zombado por ter tido aos 20 anos um trabalho digno e honesto em restaurantes de fast food nos Estados Unidos, diz que fica no Brasil para defender os princípios conservadores, para fazer do tsunami que foi a eleição de 2018 uma onda permanente”, disse Eduardo Bolsonaro em 22 de outubro do ano passado.

Em novembro, Jair Bolsonaro encaminhou, então, o nome de Nestor José Foster Junior, ministro de primeira classe da carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores.

Foster é graduado em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e em História pela mesma instituição. Após concluir o Curso de Preparação à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco, ingressou na carreira diplomática, em 1986, como terceiro-secretário.

Já foi ministro conselheiro na embaixada de Washington e é encarregado de negócios da representação desde 2019, segundo cargo mais importante na hierarquia. O cargo de embaixador nos EUA está vago desde abril do ano passado, quando Sérgio Amaral foi exonerado.

No relatório, Trad diz que as relações entre Brasil e EUA ganharam novo impulso com a posse de Bolsonaro.

“A circunstância de ambos os chefes de Estado compartilharem semelhante pauta de valores favorece a possibilidade de se revigorar o diálogo bilateral, bem como inaugurar novas iniciativas entre Brasília e Washington.

Fonte: Yahoo Notícias

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