Sindipetro acredita que venda da RLAM vai criar monopólio privado e encarecer combustíveis

Entidade ainda afirmou que a refinaria foi vendida pela metade do preço que estava avaliada

A diretoria do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) afirmou que a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) foi vendida pela Petrobras pela metade do preço que estava avaliada. A empresa anunciou nesta terça-feira (30) a conclusão da venda por US$ 1,8 bilhão para o fundo de investimentos dos Emirados Árabes, Mubadala.

Segundo o Sindipetro,a refinaria está avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões Além do prejuízo financeiro para o país, o negócio representaria uma ameaça para os consumidores.

“Não haverá redução de preços porque não haverá concorrência. Saímos de um monopólio público para um privado”, afirma a diretoria do Sindipetro em comunicado publicado após o anúncio da Petrobras.
 
A entidade lembrou que, apesar de o monopólio estatal do petróleo ter sido quebrado em 1997, no governo de FHC, nenhuma empresa privada teve interesse em construir uma grande refinaria no Brasil.
 
O Sindipetro embasa seu posicionamento em relação ao encarecimento do preço dos combustíveis em um estudo realizado pela  Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, encomendado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis – Brasilcom.
 
O estudo  avaliou a venda da RLAM e de outras cinco refinarias que estão à venda e apontou o risco para formação de monopólios regionais.
 
A RLAM, de acordo com os pesquisadores, é uma das refinarias da estatal que tem potencial mais elevado para formação de monopólios regionais, o que pode aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, além do risco de desabastecimento, o que deixará o consumidor inseguro e refém de uma empresa privada.
 
“Na contramão das grandes petrolíferas, a Petrobras se apequena ao abrir mão do seu parque de refino, deixando de ser uma empresa integrada. Além de ignorar a sua responsabilidade social com o povo brasileiro”, diz trecho da carta do Sindipetro.
 
Denúncias – O sindicato lembrou que vem denunciando nos últimos anos um processo de autossabotagem feita pela atual gestão da Petrobras, para justificar a venda da RLAM ao reduzir consideravelmente a capacidade instalada da refinaria, forçando o Brasil a importar gasolina, diesel e GLP, que poderiam ser produzidos no país.
 
Ainda conforme o Sindipetro, nos últimos 15 anos, foram investidos mais de US$ 35 bilhões no conjunto total de 12 refinarias da Petrobras no Brasil, mas, agora, a empresa está vendendo a metade delas, começando pela Rlam.
 
A RLAM – A Refinaria Landulpho Alves entrou em atividade em 1950, dando início a um ciclo impulsionador da indústria regional nacional, com a criação da Petrobrás, em 1953. Incentivando ainda o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Polo Petroquímico de Camaçari, instalado na Bahia em 1978.

Fonte: Metro1

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo