Fraude no INSS: servidores recebiam propina para facilitar acesso a contas de aposentados

Apenas no primeiro semestre do ano passado, mais de 700 mil aposentados reclamaram dos descontos sem autorização

O escândalo bilionário no INSS envolve o pagamento de propina a servidores para facilitar acesso a contas de aposentados.  Uma das investigadas no esquema fez mais de 30 viagens em menos de um ano.

Dubai, Paris e Lisboa. Em menos de um ano, 33 destinos visitados, sendo boa parte deles fora do Brasil. Cecília Rodrigues Mota, ex-presidente de duas associações suspeitas de fazer descontos ilegais nas contas de aposentados. 

O relatório da Polícia Federal aponta que ela pode ter movimentado mais de R$ 14 milhões recebendo e pagando propinas. 

Apenas no primeiro semestre do ano passado, mais de 700 mil aposentados reclamaram dos descontos sem autorização. 

A investigação da PF ainda aponta que ex-servidores do alto escalão do INSS receberam mais de R$ 17 milhões de intermediários das associações investigadas. Na lista, estão André Paulo Fidelix, ex-diretor de benefícios do INSS; Alexandre Guimarães, ex-diretor de governança; e Virgilio Antonio Ribeiro, ex-chefe da Procuradoria Federal do INSS. 

Pagamento de propina

A PF também deu detalhes de como funcionava o pagamento de propina. Servidores do INSS recebiam dinheiro de lobistas para facilitar o acesso aos dados dos aposentados. 

Em um dos episódios, um aposentado foi cadastrado em mais de uma entidade no mesmo dia, com erros de grafia idênticos. 

O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, é apontado pela PF como um dos cabeças do esquema. A investigação aponta que ele trabalhou para várias associações investigadas e movimentou quase R$ 25 milhões de propina em cinco meses. 

Contag é suspeita de desviar R$ 2 bilhões

Uma das entidades, a Contag, é suspeita de desviar R$ 2 bilhões. Segundo a PF, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura repassou o dinheiro para várias empresas, entre elas, uma agência de viagens, que fica em um prédio em São Paulo, e uma empresa de buffet, em Brasília

Até um policial federal aparece como investigado na operação da própria PF. Fotos do circuito interno do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, mostram o agente Philipe Roters Coutinho dando carona, em uma viatura oficial, ao então procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro, e ao empresário Danilo Trento, investigado em outro inquérito. 

A PF investiga se o policial usou o cargo para facilitar a circulação dos investigados sem fiscalização. 

Fonte: Band.com.br

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