Número de mortes em Petrópolis chega a 146 e supera desastres de 1988 e 2011

O temporal em Petrópolis atingiu a marca de ao menos 146 mortos neste sábado (19) e superou os desastres registrados em 1988 e 2011, se tornando o mais letal já vivido pela cidade. A Defesa Civil Municipal realiza o monitoramento de chuvas e tragédias desse tipo na região desde 1932.

O número de mortes tende a crescer nos próximos dias, já que foram computados pela Polícia Civil 191 desaparecidos após o temporal que arrasou a cidade fluminense há cinco dias. Segundo a prefeitura, 812 pessoas estão desabrigadas e ocupam 21 unidades escolares da cidade.

Até então, o desastre registrado no verão de 1988 havia sido o mais letal para a cidade, com 134 mortos. Em 2011, os temporais causaram 73 vítimas fatais em Petrópolis, mas também castigaram cidades vizinhas, deixando um saldo de 918 mortes em cidades da região serrana.

Na terça-feira (15), a cidade foi arrasada por um forte temporal que resultou em mais de 400 deslizamentos desde então, somando 553 ocorrências no total registradas pela Defesa Civil, incluindo alagamentos e avaliações de risco.

Petrópolis tem um quinto de seu território sob alto risco e fica na serra do Rio de Janeiro, que sofre anualmente com tempestades de verão e deslizamentos.

A cidade tem 234 locais de risco alto ou muito alto, o que equivale a 18% do território e 12 mil moradias, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos publicado em 2018.

Grande parte dos imóveis condenados há 11 anos na região não foi demolida e voltou a ser ocupada por quem não conseguiu moradia ou discordou das opções dadas pelo poder público. Os moradores reclamam que as unidades habitacionais construídas desde então não são suficientes.

Entre os 136 corpos que já chegaram ao IML (Instituto Médico-Legal) até o fim da tarde deste sábado (19), 84 são de mulheres e 52 são de homens, incluindo 27 de menores de idade, segundo os números mais recentes da Polícia Civil. Entre eles, 97 já foram identificados.

Na porta da unidade, parentes aguardam a leitura dos nomes por funcionários. Para facilitar o acesso a informações, a corporação antecipou a implementação de um Portal de Desaparecidos, que permite a consulta de nomes e fotografias pelos familiares que fizeram o registro.

As salas de velórios estão cheias, e os enterros estão sendo feitos em sequência no Cemitério Municipal de Petrópolis desde a tarde de quarta (16). A prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro coletivo “para respeitar a programação das famílias”.

Nas ruas, moradores seguem limpando casas, comércios e prédios históricos, sirenes de viaturas e ambulâncias passam de um lado para o outro, e voluntários circulam com doações por escolas e igrejas, sob um forte cheiro de lama misturada com lixo em alguns locais.

No desastre de 1988, as chuvas também causaram deslizamentos de terra, desabamentos ou levadas por enxurradas. Daquela vez, um temporal causou enchentes pela manhã e foi agravado pela chuva que voltou a cair à tarde.

Nas três tragédias, o que se viu nos dias seguintes foram cenas de destruição, com carros empilhados, asfalto arrancado, famílias sem casas e socorristas procurando vítimas soterradas.

Saiba como ajudar no desastre de Petrópolis

Doações à distância

CDDH Petrópolis

O Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH Petrópolis)está arrecadando alimentos, cobertores, água potável, itens de higiene pessoal e de limpeza e roupas.

As doações podem ser feitas pela conta do Banco do Brasil do CDDH (agência 2885-1, conta corrente 127599-2 e CNPJ 27.219.757/0001-27).

SOSerra

A organização comunitária SOSerra está recebendo doações via Pix pela chave do celular (24) 99303-8885.

Já a Cáritas Arquidiocesana de Petrópolis está aceitando doações em dinheiro. A transferência pode ser feita para o Banco Bradesco (agência 0814-1 e conta corrente 48500-4).

Doações presenciais

Petrópolis:

Igreja Missões Evangelística Vinde Amados Meus; Igreja Semeando Avivamento: Rua Dr. Thouzet 10, Quitandinha; Pronto Socorro do Alto da Serra: Rua Teresa 1.839, Alto da Serra; Igreja Católica de São Francisco de Assis: Rua João Xavier, Moinho Preto; OAB: Rua Marechal Deodoro 229; Centro de Defesa dos Direitos Humanos: Rua Monsenhor Barcelar 400; Igreja Batista Atitude: Rua Quissamã 777; Igreja Lagoinha, no Quitandinha; Igreja Metodista Central, na subida da Rua Teresa; Centro de Defesa de Direitos Humanos, no Centro; Centro de Cultura de Pedro do Rio e shopping Tarrafas, em Itaipava.

Baixada Fluminense:

Cruz Vermelha de Duque de Caxias; Praça da Mantiquira, em Xerém; Cruz Vermelha de Nova Iguaçu e Estação de Tratamento do Guandu.

Niterói:

Plaza Niterói: Rua XV de Novembro 8, Centro: SAC, 2º piso, e entrada principal.

Teresópolis:

Cedae: Avenida Feliciano Sodré 848, Várzea

Rio de Janeiro:

Todos os batalhões da Polícia Militar e as bases do Segurança Presente estão reunindo donativos. Também são bases as unidades da Faetec, do Cecierj, do Cederj e as escolas da Rede Ceja.

Centro:

Sede da OAB: Avenida Marechal Câmara 210; Sede da Ação da Cidadania: Rua da Gamboa 246, Santo Cristo; Sede da Cedae: Avenida Presidente Vargas 2655 e Sede da Seap, na torre da Central do Brasil.

Zona Sul:

Sede do Fluminense, em Laranjeiras; Sede do RioSolidário: Travessa Euricles de Matos 17, em Laranjeiras; Sede do Flamengo, na Gávea; Sede Náutica do Vasco, na Lagoa; Paróquia São José da Lagoa: Avenida Borges de Medeiros 2.735; Botafogo Praia Shopping e Rio Design Leblon.

Zona Norte:

Estádio do Maracanã; Estádio Nilton Santos; Estádio de São Januário; Prefeitura Universitária da UFRJ: Praça Jorge Machado Moreira 100, na Ilha do Fundão; e os shoppings Tijuca, Norte, Nova América, Madureira e Boulevard.

Zona Oeste:

Rio Design Barra, Cruz Vermelha de Realengo e Quadra da Unidos de Padre Miguel.

Em nota, a Defensoria Pública do Rio manifesto seu apoio à população e às vítimas das fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis. Segundo o órgão, os seguintes locais estão à disposição da população para prestar orientações em casos de urgência:

  • NPAs Centro: Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 254, Centro, Petrópolis
  • Fórum do Centro: Avenida Barão do Rio Branco, 2001, Centro, Petrópolis
  • Fórum de Itaipava: Estrada União e Indústria, 9900, Itaipava, Petrópolis
  • NPA Itaipava: Estrada União e Indústria, 11860, Itaipava, Petrópolis.

A Defensoria Pública afirma também que equipes com defensores e servidores de outras regiões do Estado estão sendo montadas para prestar atendimento em unidades móveis da instituição nos locais atingidos pela tragédia.

De acordo com a nota, podem ser doados itens de higiene pessoal, limpeza, alimentos e roupas infantis e adultos, além de água potável, máscaras e álcool em gel. Um dos pontos de arrecadação fica na sede administrativa da Defensoria Pública – Avenida Marechal Câmara, nº 314, portaria, centro do Rio.

Fonte: Yahoo Notícias

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