Famosos protestam contra veto a manifestações políticas no Lollapalooza: “Censura”

Famosos usaram as redes sociais para protestar contra a proibição de manifestações políticas no Lollapalooza Brasil, que aconteceu neste final de semana, em São Paulo. A decisão foi tomada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que acatou o pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de diversos protestos durante o festival.

O ator Paulo Betti compartilhou uma ilustração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os dizeres “Lulapalooza 2022”, um trocadilho feito pelo rapper Emicida durante o seu show, na noite do sábado (26), juntando o nome do ex-presidente ao do festival: “Vamos tirar o título de eleitor e tirar o encosto?”, legendou, juntando-se à campanha para incentivar jovens a votar, assim como fez Jão durante a sua apresentação no Lollapalooza.

A cantora Teresa Cristina também ficou indignada com o caso: “Como assim não pode manifestação política em um festival privado?”, questionou no Instagram. Em menos de uma hora, a publicação já havia recebido mais de quinze mil curtidas, incluindo a do ator Luis Miranda, e comentários desejando a eleição de Lula como presidente e a saída de Bolsonaro do Palácio do Planalto:

“Como é que é? Artistas não podem se manifestar no Lollapalooza? A turma das artes tem sofrido com campanhas difamatórias, mentiras, falta de políticas de suporte durante a pandemia e tem que ficar quieta? Se tem quem saiba o que esse governo representa são os artistas”, criticou a jornalista e política Manuela d’Ávila, ainda sugerindo que Pabllo Vittar cante na posse de Lula, caso seja eleito.

A roteirista Antonia Pellegrino, que também é esposa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), também criticou o pedido de Bolsonaro: “Dilma teve que ouvir um estádio lotado de bon vivants a xingando. Na época, disse que críticas faziam parte da democracia. Já Bolsonaro, o ‘machão’, quer que a polícia pare um festival cheio de jovens se gritarem contra ele em apoio a Lula. A diferença entre uma líder e um verme”, escreveu no Twitter.

Entenda o caso

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entendeu que Pabllo Vittar fez campanha eleitoral antecipada para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante show no Lollapalooza 2022, na última sexta-feira (25), e estipulou multa de R$ 50 mil para a organização do festival se houver outras manifestações do tipo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

A decisão do ministro Raul Araújo que classificou como propaganda eleitoral os atos das cantoras Pabllo Vittar e Marina foi tomada no último sábado e acata parcialmente um pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os advogados também solicitaram condenação do Lollapalooza por propaganda eleitoral antecipada, o que não ocorreu. Cabe recurso.

Lollapalooza de protestos

Um fator que vem marcando as apresentações do Lollapalooza são as manifestações políticas, especialmente contra o presidente Bolsonaro. A drag queen Pabllo Vittar, por exemplo, pediu um “Fora, Bolsonaro” e usou uma bandeira com a foto do ex-presidente Lula estampada ao finalizar sua apresentação.

A britânica Marina, antes conhecida como Marina and The Diamonds, também aproveitou a presença no Brasil para protestar contra Bolsonaro e Vladimir Putin, presidente da Rússia – o país está em guerra contra a Ucrânia.

“A gente não precisa dessa energia e eu fico muito feliz que a minha fan base é a nova geração e vocês vão mudar o mundo”, declarou a cantora após o protesto em plena apresentação. O público do Lolla apoiou todos os coros pedindo “fora, Bolsonaro”.

No segundo dia, Jão se juntou a Anitta, Juliette, Zeca Pagodinho, Bruna Marquezine e até Mark Ruffalo para pedir para intimar os jovens a tirar o título de eleitor e votar: “Que música linda. Esse é o maior hit do festival”, disparou o cantor, ao ouvir o coro de “fora Bolsonaro”, cantando mais uma vez. “Não adianta gritar aqui no show e não votar. Vai votar, porra”, emendou Jão, ao relembrar o recorde de jovens que ainda não tiraram título de eleitor neste ano.

Emicida, no início do seu show, cumprimentou o público do evento fazendo referência ao ex-presidente Lula: “Boa noite, Lulapalooza”, desejou. Em seguida, ele fez uma manifestação e incitou jovens de 16 a 18 anos a tirarem seus títulos de eleitor. “Por último: Bolsonaro, vai tomar no c*”, disparou Emicida, acompanhado por gritos animados do público.

Embora A$AP Rocky não tenha engajado na manifestação, protestos também ocorreram durante o seu show no festival: “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, gritou a plateia mais uma vez, em coro. “Quero todo mundo se sentindo bem hoje”, respondeu o rapper, que pareceu não ter entendido os apelos.

Fonte: Yahoo Notícias

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