“Estou em choque. Fui atropelado por um trem”, diz general Ramos sobre demissão

O general da reserva Luiz Eduardo Ramos afirmou, nesta quarta-feira (21) que não tinha ideia de que seria demitido da Casa Civil. Embora tenha se encontrado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dois dias antes, o ministro garantiu que a demissão o deixou “em choque”. 

“Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, disse ele ao jornal Estadão. O atual titular da pasta vai para a bem menos prestigiada Secretaria-Geral da Presidência, onde está Onyx Lorenzoni, do DEM. 

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que comanda a minoria governista na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, vai assumir a Casa Civil, de onde fará a articulação política com o amigo Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo Ramos, o presidente já comunicou a ele a sua substituição pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), mas o general não confirmou sobre sua eventual ida para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar do ministro Onyx Lorenzoni. 

“O presidente é ele, eu sou soldado, cumpro missão. Aprendi, em 47 anos de vida militar, que soldado não escolhe missão. Se ele me der outra no governo, eu aceito”, disse.

Para o general, a troca se deu “por motivos políticos, óbvio”, disse ao jornal. 

“Se eu estivesse sendo trocado por alguém formado em Oxford, ou Harvard, tudo bem, poderiam dizer que falhei. Mas é por um político aliado do presidente, é assim que funciona”.

Bolsonaro dobra a aposta no centrão com minirreforma

A demissão faz parta da minirreforma ministerial em curso pelo presidente. Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21) que as mudanças ocorrerão até a próxima semana, mas a expectativa é a de que se concretizem até sexta-feira (23).

Acuado de um lado pela CPI da Covid, de outro pelas pesquisas eleitorais, Bolsonaro reagiu abrindo de vez o governo ao PP, maior partido do centrão. 

Para que o aliado Lorenzoni não fique sem um posto, Bolsonaro vai recriar e entregar-lhe o Ministério do Trabalho, rebatizado Ministério do Emprego e Previdência, desmembrando o superministério da Economia de Paulo Guedes, de acordo com a Folha de S. Paulo.

Fonte: Yahoo Notícias

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