SUS receberá antiviral contra Covid-19 distribuído pela Fiocruz

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) deve fazer no Brasil a distribuição do antiviral Molnupiravir, medicamento via oral para o tratamento da Covid-19. O acordo com a farmacêutica estabelece que o remédio deverá ser entregue ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Por meio de um acordo com a farmacêutica americana MSD (Merck Sharp & Dohme), a instituição com sede no Rio de Janeiro será responsável pela importação, armazenagem, embalagem, testagem, liberação, e fornecimento do Molnupiravir.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde) concedeu autorização de uso emergencial do Molnupiravir no país nesta quarta-feira (4). O acordo de cooperação tecnológica entre as instituições brasileira e norte-americana foi assinado na terça.

Além do Brasil, O molnupiravir já foi aprovado em mais de 30 países, como Estados Unidos, Inglaterra e Japão, segundo a fabricante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também passou a recomendar a medicação como tratamento para covid-19, sob algumas condições.

Neste primeiro momento, a fundação receberá o medicamento pronto dos EUA. O acordo com a MDS prevê a transferência da tecnologia para produção 100% nacional do medicamento, mas ainda não há cronograma para esta transferência.

Segundo a Fiocruz, as instituições permanecerão em diálogo ao longo dos próximos dois anos para avaliar as condições e os resultados dos estudos experimentais e clínicos que serão realizados.

O acordo, que era negociado desde outubro do ano passado, prevê ainda a condução de ensaios clínicos para eventual uso preventivo da Covid-19, e o início de estudos para avaliar a eficácia do Molnupiravir em vírus endêmicos no Brasil, como dengue e chikungunya.

“Poderemos agora contar com um medicamento que contribui para a redução o número de pacientes com Covid-19 que progridem para doença grave, o que certamente terá um forte impacto positivo na saúde pública”, comenta a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

Indicação do antiviral contra a Covid-19

Segundo a Anvisa, o novo remédio é indicado para pessoas com sintomas leves a mediano, mas que tenham maior risco de desenvolverem quadros graves de covid, já que o medicamento mostrou ser eficaz para reduzir hospitalizações e morte. Ele terá uso domiciliar e deverá ser obtido mediante prescrição médica.

Um estudo anterior com pessoas que já haviam sido hospitalizadas com covid grave foi interrompido após resultados decepcionantes, por isso a orientação é pelo uso precoce. Ele necessitará de prescrição médica e não deverá ser utilizado por mulheres grávidas.

Na videoconferência em que o uso emergencial foi aprovado, a diretora da Anvisa Meiruze Freitas lembrou que o molnupiravir não substitui as vacinas, estas sim a opção número um para prevenção.

Os resultados do estudo clínico global de fase 3 do Molnupiravir mostraram que o medicamento que será distribuido e futuramente produzido pela Fiocruz foi capaz de reduzir em 89% o risco de morte por Covid-19 quando comparado ao placebo, com eficácia consistente contra diferentes variantes.

O estudo foi realizado no Brasil em sete cidades. Participaram dos testes pacientes sem necessidade de internação, que não tinham recebido nenhuma dose de vacina, e apresentavam pelo menos uma comorbidade que aumentasse o risco de evolução do quadro clínico.

Outros antivirais aprovados

A Anvisa já tinha aprovado o uso de dois antivirais, tipo de remédio que ataca a habilidade do coronavírus de se replicar. Um deles é o rendesivir, da Gilead; e o outro, o paxlovid, da Wyeth/Pfizer.

O rendesivir é injetado na veia e de uso hospitalar, destinado no Brasil a pacientes com pneumonia que precisam de suplementação de oxigênio, mas que não estão sob ventilação artificial.

O paxlovid, como o molnupiravir, também é administrado via oral, é indicado para pessoas com maior risco de ter covid-19 grave e deve ser tomado assim que possível, dentro de cinco dias desde o início dos sintomas.

A agência também acatou medicamentos do tipo anticorpos monoclonais, uma infusão de anticorpos que se colam à superfície do coronavírus e o marcam para que o sistema imunológico possa destruí-lo. É o caso do sotrovimabe e do evusheld, já aprovados pela Anvisa.

Fonte: Yahoo Notícias

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